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O FUTEBOL DE MESA

COMO SURGIU

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De acordo com o Banco de Dados Folha de São Paulo, o futebol de botões foi inventado em 1930 pelo brasileiro Geraldo Décourt. Contam que ele primeiro jogava com botões de cueca, passando posteriormente a usar os botões da calça de seu uniforme escolar. Dessa brincadeira de criança surgiu o "jogo de botões", aquilo que se tornaria o esporte difundido e amado por uma legião incontável de praticantes e admiradores, com sua diversidade de regras e materiais, tendo adeptos em um grande número de países. 

 

Geraldo Cardoso Décourt foi, segundo alguns, um dos precursores do que nós conhecemos hoje como "futebol de mesa" no Brasil; por volta de 1929, Décourt deu o nome de "Celotex", que era o material usado para a confecção das mesas, ao jogo, que ali tinha o seu início enquanto esporte, inclusive com o lançamento do primeiro livro de regras. 

 

O dia do nascimento de Geraldo Décourt em 14 de fevereiro, foi oficializado pelo governador Geraldo Alckmin, em São Paulo, no ano de 2001, como o "dia do botonista".

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Décourt foi um incansável divulgador e organizador de eventos de futebol de mesa, o que propiciou o desenvolvimento do esporte, assim como sua popularização. 

 

Paralelamente a esse incremento de regras e desenvolvimento de materiais cada vez mais adequados à execução do jogo, em diversas regiões do Brasil, mormente nas décadas de 1930 a 1980, várias modalidades eram praticadas, usando-se diversos tipos de botões e superfícies onde os mesmos deslizavam, desde o piso das casas, mesas de jantar, até o famoso "Estrelão", mesa de jogo sem cavaletes, produzida pela fábrica Estrela, durante os anos 70. 

 

Muito famosos ficaram os "botões de osso" ou de "paletó", que nada mais eram que os botões retirados dos antigos ternos sociais; dentre esses, uma classe de botões conhecida como "Paulo Caminha", marcou época; depois vieram as "capas de relógios", que nada mais eram que os "vidros' substituídos dos relógios que iam para conserto e tinham os "vidros' trocados; finalmente, na década de 1950, surgiram os botões industrializados, de plástico, com adesivos colados ao centro, contendo os escudos ou mesmo as faces dos jogadores dos times famosos do Brasil. 

 

Um dos modelos de traves dos anos 70, quanto utilizado junto com um goleiro feito utilizando-se uma caixa de fósforos, comum para a época, ocupava quase toda a meta, restando praticamente só o espaço para a bola (geralmente uma pastilha) entrar no gol, por cima do goleiro. 

As "capas de relógios", ou "lentes de relógio", eram utilizadas como botões, também, nos anos 70. Tratava-se de um "vidro" mais envelhecido, que era disputado pelos garotos da época, nos relojoeiros. 

Os botões de acrílico já eram utilizados, entretanto, em uma proporção bem menor em relação aos dias de hoje, quando são predominantes. 

Os botões industrializados começaram com os famosos canoinhas, que eram botões rebaixados no meio, com o rosto do jogador ao centro, normalmente com imagem em preto e branco; existiram até alguns coloridos. Algumas fábricas os fizeram, Estrela, Trol e outras 

 

OS "BOLAGOL"

 

Eram botões fabricados pela "Plásticos Santa Marina" tendo de início o nome "Futebol Miniatura"; vinham em caixas de time simples ou em caixas de times duplos, as caixas eram assim:

 — "Caixa dupla com o nome antigo de "Futebol Miniatura" 

 — "Caixa "BOLAGOL" simples, já com o nome Bolagol 

 

Os fabricantes de botões "BOLAGOL" primaram em fazer uma das maiores coleções de times do Brasil e estrangeiros de que se tem notícia, ninguém fabricou tamanha diversificação de times de tantos estados brasileiros; a coleção é composta por aproximadamente 130 equipes entre brasileiras, seleções e estrangeiras.

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COLEÇÃO "ONZE DE OURO"

 

A "coleção onze de ouro" foi feita em homenagem às seleções brasileiras de 1958 e 1962, equipes campeãs mundiais, e os times que possuíam jogadores nestas seleções e que tinham maior destaque à época no Brasil, que eram os paulistas; Palmeiras, Santos, São Paulo, Portuguesa e Corinthians; e os cariocas; Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense e América.

 

Esta coleção teve duas etapas, a primeira em 1964 e a segunda em 1965; eram botões vendidos em bancas de jornal, em pacotinhos com um botão dentro e para se conseguir as palhetas (apertadeiras e outros nomes dependendo do estado), goleiros e as traves (goleiras no sul) era preciso trocar "jogadores chaves" pelos mesmos.

 

A coleção até hoje é procurada pelos colecionadores sedentos por possuir os grandes jogadores de uma época de ouro de nosso futebol. Goleiro Castilho da primeira coleção Onze de Ouro Pelé da primeira coleção Onze de Ouro Rivellino, botão já da segunda edição Onze de Ouro.

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A Estrela lançou, já na década de 1970, um novo botão, mais alto, porem mais barato e de menor qualidade que o famoso "canoinha", eram eles "o estrela chutador". 

 

A "Estrela" lançou também, após a série com os fotos dos jogadores, uma série com escudos dos clubes de futebol do Brasil.

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O BOTÃO DE "BANCA DE JORNAL"

 

Quase que concomitante ao lançamento dos botões Onze de Ouro, a febre do jogo de botão invadiu o Brasil e foram lançadas algumas séries denominadas "Craques da Pelota", onde existiam os "patente requerida" e "marca registrada", brincadeira derivada do fato de vir escrito atrás da chapinha que prendia o rosto do jogador, estas palavras. 

 

Também criaram a série "Ídolos do Futebol" que além de ser vendida em bancas de jornal, era encontrada também nos grandes magazines. 

 

O último modelo que saiu com o rosto dos jogadores de futebol era a série Gulliver, que veio com algumas variações, dentre elas um botão chamado "cristal". Estes dois últimos modelos são vendidos ainda hoje em grandes magazines, porém, apenas com os distintivos de grandes clubes de futebol e seleções. 

 

FUTEBOL DE MESA COMO ESPORTE OFICIALMENTE RECONHECIDO

 

Através da Resolução N.º 14, de 29 de setembro de 1988, acatando ao Of. N.º 542/88 e ao Processo N.º 23005.000885/87-18, baseado na Lei N.º 6.251, de 8 de outubro de 1975 e no Decreto N.º 80.228, de 25 de agosto de 1977, assinada pelo seu então Conselheiro-Presidente Manoel José Gomes Tubino, o CND (Conselho Nacional de Desportos) reconhece o Futebol de Mesa como modalidade desportiva praticada no Brasil, como uma vertente dos esportes de salão, no qual se incluem o xadrez e o bilhar, por exemplo. Nos primeiros anos após a Resolução, o Futebol de Mesa era praticado oficialmente em cinco modalidades; três oficiais (Disco, Bola 12 Toques, Bola 3 Toques) e duas experimentais (Dadinho 9x3 e Pastilha). Após esse período, as regras têm evoluido e surgem novas modalidades, novos nomes e novos desafios.

 

A CBFM (Confederação Brasileira de Futebol de Mesa) regula e orienta a prática desse esporte no Brasil. Uma das principais lutas dos praticantes é fazer com que o esporte seja conhecido pelos leigos como Futebol de Mesa e não como Futebol de Botão, pois essa associação faz com que o esporte esteja ligado à prática de um jogo infantil o que dificulta seu desenvolvimento. 

 

O Futebol de Mesa, tal como ele é jogado no Brasil e suas variações, é praticado em diferentes países, entre eles, Argentina, Uruguai, Chile, Espanha, Sérvia, Hungria e Japão. 

 

ATUALIDADE

 

Após o reconhecimento como esporte, as modalidades passaram por um crescimento estrutural e conceitual sem precedentes. As federações estaduais foram organizando-se e ganhando "status" profissional e atualmente, existe uma interligação estrutural entre os eventos promovidos pelas federações e as confederações. 

 

Hoje, o Futebol de Mesa (também chamado de futmesa), encontra campeonatos estaduais individuais e por equipes (com os grandes clubes de futebol tendo seus times participando, como Palmeiras, Vasco, Flamengo, Nacional, América RJ e etc), além das recentes Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro de clubes. 

 

Além dos eventos, os materiais também foram aperfeiçoados. Os botões são de acrílico, fabricados artesanalmente, e maiores do que os antigos. As mesas também são maiores e mais bem acabadas e as traves possuem "filó" (redinha).

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