Por Marcelo Virgílio
Quinta-feira, dia 21/12/2023, às 16:10h, recebo a seguinte mensagem: “Engraçado! Parece que perdi um parente!”. Junto com a mensagem uma foto com a notícia da morte do ex-goleiro “Mão de Onça”, que defendeu, dentre outros times, o Atlético-MG e era o folclórico goleiro do Burarama.
Burarama, o time do nosso amigo Jarrão, o José Aurélio Tupynambá: extrovertido, sempre animado para uma cerveja, para uma boa conversa, para uma discussão dos mais diversos temas, para uma boa polêmica!!
Hoje, 04/01/2024, não “parece que perdi um parente”... Hoje perdemos um parente, daqueles família, no sentido humano da palavra, que sabemos que por mais que em certo momento da vida as escolhas e os caminhos tenham sido diferentes, estava sempre presente para um alô, para uma recordação, para palavras carinhosas, para questionamentos controversos, sinceros e diretos.
A família Liberdade chora o luto por um dos seus fundadores, pelo principal alicerce nos difíceis períodos iniciais, pela pessoa que com certeza, ainda que distante, comemorou os recentes áureos momentos do clube.
A família de sangue chora o luto: a mãe de coração, a irmã, os tão queridos sobrinhos. O nosso abraço a todos eles vai por intermédio do Andrezinho, o técnico do Palestra, que por muitos anos desafiou seu tio para recriar nas mesas do Liberdade o mais famoso clássico mineiro.
E o Mão de Onça? Esse deixa uma marca única na história do Liberdade: no Campeonato Brasileiro Interclubes de 2008, em Brasília, fechou o gol nos jogos decisivos e até serviu de tabela para retirar um chute certo do adversário.
Como resultado: o vice-campeonato brasileiro para o Liberdade.
Como prêmio: no descanso pós-campeonato, o Mão de Onça ganhou um pote de sorvete só para ele, onde foi mergulhado e viveu seu triunfo e, claro, lado a lado com o Jarrão que também saboreou seu merecido pote de sorvete.
O Liberdade transforma a dor em homenagem com o 1º torneio interno de cada ano, até então a Taça Início, rebatizado de Taça Burarama.
E ainda, a partir do aniversário de maioridade do clube, a homenagem especial a quem fez nascer e segurou o Liberdade nos braços nos momentos iniciais mais difíceis: Taça Jarrão – 18 anos do Liberdade, dias 19 e 20 de outubro, na sede do clube.
Finalizo com a cena que teremos hoje no céu... O José Aurélio com dois potes de sorvete: um só para ele e outro para mergulhar o Mão de Onça quando o encontrar. E que não tenha recusa, senão haverá polêmica no melhor estilo Jarrão!
Após o seu merecido sorvete, descanse em paz!
